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  • Hipoestesia por Hipnose Clínica em

    Odontologia e Medicina

    Evidências Científicas de Centros de Pesquisa

    Internacionais

    Autor: Dr. Renato Mas Gitirana

    Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880

    E-mail: drgitirana@gmail.com

    Website: hipnosedrrenatogitirana.com.br

    RESUMO

    A hipnose clínica tem demonstrado eficácia significativa como intervenção não-

    farmacológica no manejo da dor e ansiedade em procedimentos odontológicos e

    médicos. Este documento apresenta uma revisão abrangente das evidências

    científicas atuais provenientes de centros de pesquisa internacionais renomados,

    incluindo Stanford University, Harvard Medical School, Mayo Clinic e instituições

    europeias. Meta-análises recentes com milhares de pacientes confirmam reduções

    significativas em dor pós-operatória, ansiedade pré-operatória, consumo de

    anestésicos e tempo de recuperação. O documento detalha aplicações específicas em

    Odontologia e Medicina, protocolos padronizados e mecanismos neurofisiológicos

    validados por estudos de neuroimagem.

    Palavras-chave: Hipnose clínica, hipoestesia, odontologia, medicina, analgesia,

    procedimentos cirúrgicos, evidências científicas.1. INTRODUÇÃO

    1.1 Contexto Científico Atual

    A hipnose clínica, historicamente utilizada para modulação da consciência e

    percepção desde o século XVIII, tem experimentado um renascimento científico nas

    últimas duas décadas. Estudos de neuroimagem funcional realizados em instituições

    como Stanford University School of Medicine têm elucidado os mecanismos cerebrais

    subjacentes aos efeitos terapêuticos da hipnose, transformando uma prática empírica

    em uma intervenção baseada em evidências sólidas.

    A hipoestesia induzida por hipnose refere-se à redução controlada da sensibilidade

    tátil e dolorosa através de técnicas hipnóticas. Diferentemente da anestesia

    farmacológica tradicional, que bloqueia a transmissão de sinais nociceptivos através

    de mecanismos químicos, a hipnose modula a percepção e o processamento da dor

    através de mecanismos neuropsicológicos complexos que envolvem alterações na

    conectividade funcional cerebral.

    1.2 Relevância para Odontologia e Medicina

    A ansiedade dental afeta aproximadamente 36% da população geral e 12% apresenta

    fobia dental severa, segundo estudos epidemiológicos europeus. Esta condição não

    apenas compromete a qualidade de vida dos pacientes, mas também resulta em

    evitação de cuidados odontológicos necessários, perpetuando problemas de saúde

    bucal. A hipnose oferece uma alternativa não-farmacológica particularmente valiosa

    para estes pacientes, bem como para aqueles com alergias ou contraindicações a

    anestésicos convencionais.

    Na medicina cirúrgica, a busca por alternativas que reduzam o consumo de opioides e

    outros analgésicos tem se tornado prioritária, especialmente considerando a crise de

    dependência de opioides. A hipnose emerge como uma ferramenta adjuvante

    promissora que pode reduzir significativamente o consumo de medicamentos

    anestésicos e analgésicos, mantendo ou melhorando os desfechos clínicos.

    2. MECANISMOS NEUROFISIOLÓGICOS: EVIDÊNCIAS DESTANFORD

    2.1 Estudo Landmark de Stanford University (2016)

    Em um estudo publicado na revista Cerebral Cortex, pesquisadores da Stanford

    University School of Medicine, liderados pelo Dr. David Spiegel, realizaram o primeiro

    mapeamento detalhado das alterações cerebrais durante estados hipnóticos.

    Utilizando ressonância magnética funcional (fMRI), os cientistas escanearam os

    cérebros de 57 indivíduos durante sessões de hipnose guiada similares às utilizadas

    clinicamente para tratar ansiedade, dor e trauma.

    2.2 Três Áreas Cerebrais Chave Alteradas pela Hipnose

    O estudo identificou mudanças específicas em três regiões cerebrais durante o estado

    hipnótico:

    Córtex Cingulado Anterior (ACC): Esta região, responsável pelo processamento do

    componente afetivo-emocional da dor (o “sofrimento” associado à experiência

    dolorosa), demonstrou atividade reduzida durante hipnose. Esta descoberta explica

    por que pacientes hipnotizados frequentemente relatam que, embora possam

    perceber a sensação, ela não é desagradável ou angustiante.

    Conectividade entre Córtex Pré-frontal Dorsolateral (DLPFC) e Ínsula: A hipnose

    fortaleceu a conectividade funcional entre estas regiões, permitindo maior controle

    cognitivo sobre processos corporais normalmente automáticos. O DLPFC está

    envolvido no controle executivo e na regulação cognitiva, enquanto a ínsula integra

    informações sensoriais, emocionais e cognitivas relacionadas à dor.

    Redução da Conectividade entre DLPFC e Rede de Modo Padrão (Default Mode

    Network): Esta alteração está associada à característica dissociativa da hipnose, onde

    os indivíduos experimentam uma redução na autoconsciência e preocupações sobre

    suas ações, permitindo maior foco e absorção na experiência hipnótica.

    2.3 Implicações Clínicas das Descobertas de Stanford

    Conforme declarou o Dr. Spiegel: “Agora que sabemos quais regiões cerebrais estão

    envolvidas, podemos usar esse conhecimento para alterar a capacidade de alguém ser

    hipnotizado ou a eficácia da hipnose para problemas como controle da dor”

    . Estacompreensão dos mecanismos neurais permite o desenvolvimento de protocolos mais

    direcionados e eficazes, bem como a identificação de pacientes que provavelmente

    responderão melhor à intervenção hipnótica.

    2.4 Sistemas Neurotransmissores Envolvidos

    Além das alterações na atividade cerebral regional, estudos neuroquímicos sugerem

    que a hipnose ativa sistemas endógenos de modulação da dor:

    Sistema Opioide Endógeno: A liberação de endorfinas e encefalinas contribui para o

    efeito analgésico da hipnose. Estudos com antagonistas opioides demonstraram que

    parte do efeito analgésico da hipnose é mediado por este sistema.

    Sistema Serotoninérgico: A modulação dos níveis de serotonina influencia tanto a

    percepção da dor quanto o estado de humor, contribuindo para os efeitos ansiolíticos

    da hipnose.

    Sistema Noradrenérgico: A ativação de vias noradrenérgicas descendentes pode

    inibir a transmissão de sinais nociceptivos na medula espinhal, complementando os

    efeitos corticais da hipnose.

    3. HIPNOSE EM ODONTOLOGIA: EVIDÊNCIAS

    CIENTÍFICAS

    3.1 Meta-análise sobre Dor Dental Aguda (Merz et al., 2022)

    Uma revisão sistemática e meta-análise publicada no Journal of Dentistry em 2022,

    conduzida por pesquisadores da Universidade de Berna (Suíça) e da Universidade de

    Oslo (Noruega), analisou 27 estudos sobre os efeitos da hipnose no alívio da dor

    dental e maxilofacial aguda. Esta meta-análise seguiu rigorosamente as diretrizes

    PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses),

    garantindo qualidade metodológica.

    Principais Resultados:

    A meta-análise confirmou que a hipnose reduz significativamente a dor

    intraoperatória e pós-operatória em diversos procedimentos odontológicos, incluindoextrações dentárias. Adicionalmente, observou-se redução no consumo de

    analgésicos no período pós-operatório. Os estudos demonstraram que indivíduos com

    alta suscetibilidade hipnótica respondem particularmente bem à intervenção,

    sugerindo a importância da avaliação prévia da capacidade hipnótica dos pacientes.

    Significância Clínica:

    Os autores concluíram que “a hipnose oferece uma alternativa possível aos

    medicamentos convencionais para dor aguda dental e maxilofacial, especialmente em

    casos de alergias ou contraindicações; pode ser facilmente aplicada por um

    profissional treinado”

    . Esta conclusão é particularmente relevante para pacientes com

    histórico de reações alérgicas a anestésicos locais ou para aqueles que preferem

    abordagens não-farmacológicas.

    3.2 Meta-análise sobre Ansiedade Dental (Wolf et al., 2022)

    Publicada na revista Brain Sciences, esta meta-análise avaliou especificamente a

    eficácia da hipnose na redução da ansiedade e fobia dental. Incluindo 19 ensaios

    clínicos, o estudo demonstrou efeitos significativos da hipnose na redução da

    ansiedade dental durante tratamentos.

    Resultados Quantitativos:

    Os estudos incluídos mostraram que a hipnose foi significativamente mais eficaz que

    controles na redução da frequência cardíaca durante tratamentos dentais, um

    indicador objetivo de ansiedade. Pacientes submetidos a hipnose também relataram

    menores níveis de ansiedade subjetiva em escalas validadas.

    3.3 Estudo Controlado sobre Extração Dentária (Glaesmer et al., 2015)

    Este ensaio clínico controlado, publicado no Patient Education and Counseling,

    avaliou o efeito da hipnose adjuvante na ansiedade durante extração dentária. O

    estudo incluiu pacientes com ansiedade dental moderada a severa, randomizados

    para receber cuidado padrão ou cuidado padrão mais hipnose.

    Resultados:

    O grupo hipnose demonstrou redução significativa na ansiedade durante o

    procedimento em comparação com o grupo controle. Importante, os pacientesavaliaram positivamente a experiência com hipnose, indicando alta aceitabilidade da

    intervenção.

    3.4 Hipnose em Procedimentos Odontopediátricos

    Estudos específicos em crianças demonstraram que a hipnose é particularmente

    eficaz nesta população. Crianças frequentemente possuem maior capacidade

    imaginativa e sugestionabilidade, características que favorecem a resposta hipnótica.

    Meta-análises recentes confirmaram reduções significativas em ansiedade e dor em

    crianças submetidas a procedimentos odontológicos com hipnose adjuvante.

    3.5 Aplicações Específicas em Odontologia

    Extrações Dentárias: Múltiplos estudos confirmam eficácia na redução de dor intra e

    pós-operatória, bem como ansiedade pré-operatória.

    Tratamento Endodôntico: Hipnose pode facilitar procedimentos longos e

    potencialmente desconfortáveis, melhorando a cooperação do paciente.

    Procedimentos Periodontais: Redução de desconforto durante raspagem e

    alisamento radicular, bem como cirurgias periodontais.

    Implantodontia: Controle de ansiedade e dor durante colocação de implantes,

    procedimento que pode ser particularmente estressante para pacientes ansiosos.

    Ortodontia: Manejo de desconforto associado a ajustes de aparelhos e procedimentos

    ortodônticos.

    4. HIPNOSE EM MEDICINA CIRÚRGICA: EVIDÊNCIAS

    INTERNACIONAIS

    4.1 Meta-análise Abrangente (Holler et al., 2021)

    Esta meta-análise atualizada, publicada na Clinical Psychology Review, investigou a

    eficácia da hipnose em adultos submetidos a procedimentos cirúrgicos. O estudo

    incluiu 50 ensaios clínicos randomizados com um total de 4.269 pacientes,

    representando uma das maiores sínteses de evidências nesta área.Principais Resultados:

    Sofrimento Mental: Tamanho do efeito g = 0,55 (IC 95%: 0,39-0,70), NNT = 3,32

    Dor: Tamanho do efeito g = 0,37 (IC 95%: 0,25-0,50), NNT = 4,78

    Consumo de Medicação: Tamanho do efeito g = 0,46 (IC 95%: 0,23-0,68), NNT =

    3,95

    Recuperação: Tamanho do efeito g = 0,26 (IC 95%: 0,09-0,42), NNT = 6,91

    O Número Necessário para Tratar (NNT) indica quantos pacientes precisam receber a

    intervenção para que um paciente adicional se beneficie em comparação com o

    controle. Valores de NNT abaixo de 5 são considerados clinicamente relevantes, o que

    foi observado para sofrimento mental, consumo de medicação e dor.

    4.2 Cirurgia de Câncer de Mama (Montgomery et al., 2007)

    Este estudo randomizado controlado, publicado no Journal of the National Cancer

    Institute, incluiu 200 pacientes submetidas a cirurgia de câncer de mama. O estudo foi

    conduzido na Mount Sinai School of Medicine (Nova York) e representa um dos ensaios

    clínicos mais rigorosos sobre hipnose cirúrgica.

    Intervenção: Sessão de hipnose de 15 minutos antes do procedimento cirúrgico,

    focada em relaxamento, redução da dor e náusea, e recuperação acelerada.

    Resultados:

    Redução no uso de Propofol: Diferença média de 50 mg

    Redução no uso de Lidocaína: Diferença média de 12 mg

    Menor dor pós-operatória: Diferença clinicamente significativa

    Menos náusea e fadiga: Redução significativa

    Redução de custo: Economia média de $772 por paciente

    4.3 Biópsia de Mama (Lang et al., 2006)

    Estudo prospectivo randomizado com 236 mulheres submetidas a biópsia de mama

    com agulha grossa, conduzido no Beth Israel Deaconess Medical Center (Harvard

    Medical School). As pacientes foram divididas em três grupos: cuidado padrão,

    atenção estruturada e relaxamento auto-hipnótico.Resultados:

    Ansiedade diminuiu no grupo hipnose durante o procedimento, enquanto

    aumentou nos grupos controle

    O aumento da dor foi significativamente menos acentuado no grupo hipnose

    Maior satisfação do paciente no grupo hipnose

    4.4 Cirurgia Pediátrica (Sola et al., 2023)

    Ensaio clínico randomizado publicado no British Journal of Anaesthesia, comparando

    hipnose com anestesia geral para cirurgias superficiais em crianças de 7 a 16 anos.

    Incluiu 60 crianças em um hospital universitário francês.

    Resultados:

    Tempo de internação 50% menor no grupo hipnose (4 horas vs. 8 horas)

    Ansiedade pré-operatória significativamente menor

    Nenhum evento adverso grave em ambos os grupos

    Demonstrou que a hipnose é uma alternativa segura e eficaz à anestesia geral

    4.5 Meta-análise sobre Anestesia Baseada em Hipnose (Zeng et al.,

    2022)

    Publicada na Gland Surgery, esta meta-análise focou especificamente nos efeitos da

    anestesia baseada em hipnose sobre dor pós-operatória, ansiedade e recuperação.

    Incluiu 1.242 pacientes de múltiplos estudos.

    Principais Resultados:

    Redução da Ansiedade: Mean Difference (MD) = -2,79 (IC 95%: -3,85 a -1,73)

    Redução da Dor: Mean Difference (MD) = -1,25 (IC 95%: -1,98 a -0,52)

    Ambos os resultados estatisticamente significativos (p < 0,001)

    4.6 Revisão Sistemática Recente (Jones et al., 2024)

    A revisão sistemática e meta-análise mais recente sobre o uso adjuvante de hipnose

    para dor clínica, publicada na Pain Reports, incluiu 6.078 pacientes de múltiploscontextos clínicos.

    Principais Conclusões:

    Efeito analgésico adicional significativo quando a hipnose é usada como

    adjuvante

    Benefícios mantidos em follow-up de médio prazo

    Perfil de segurança excelente, sem eventos adversos graves relatados

    4.7 Aplicações Médicas Específicas

    Radiologia Intervencionista: Estudos demonstram redução de ansiedade e dor

    durante procedimentos de biópsia e intervenções guiadas por imagem.

    Gastroenterologia: Eficácia comprovada em colonoscopia e endoscopia, reduzindo

    necessidade de sedação.

    Obstetrícia: Redução de dor durante o trabalho de parto e parto, com estudos

    mostrando menor necessidade de analgesia epidural.

    Queimaduras: Controle de dor durante troca de curativos, um dos procedimentos

    mais dolorosos em medicina.

    Oncologia: Manejo de dor oncológica crônica e aguda relacionada a procedimentos.

    5. PROTOCOLO HIPNÓTICO PADRONIZADO

    5.1 Avaliação da Suscetibilidade Hipnótica (15-20 minutos)

    A suscetibilidade hipnótica varia entre indivíduos e pode ser avaliada através de

    escalas padronizadas como a Stanford Hypnotic Susceptibility Scale (SHSS) ou a

    Harvard Group Scale of Hypnotic Susceptibility (HGSHS). Esta avaliação inicial permite

    identificar o nível de responsividade do paciente, adaptar as técnicas de indução e

    estabelecer expectativas realistas.5.2 Sessão Pré-operatória (10-20 minutos)

    Realizada 1 a 7 dias antes do procedimento, esta sessão ensina técnicas de auto-

    hipnose, estabelece âncoras hipnóticas (gatilhos sensoriais que facilitam a reindução)

    e fornece sugestões pós-hipnóticas para redução da dor, náusea e aceleração da

    recuperação.

    Componentes:

    Explicação do procedimento hipnótico e desmistificação

    Estabelecimento de rapport terapêutico

    Indução hipnótica e aprofundamento

    Sugestões específicas para o procedimento planejado

    Ensino de auto-hipnose para uso domiciliar

    Estabelecimento de âncoras para reindução rápida

    5.3 Indução no Ambiente Clínico

    Realizada imediatamente antes ou durante o início do procedimento, utilizando

    técnicas de indução rápida e sugestões de relaxamento, dissociação e analgesia.

    Técnicas Comuns:

    Fixação ocular e relaxamento progressivo

    Imaginação guiada (lugar seguro, anestesia em luva)

    Sugestões de dissociação (separação mente-corpo)

    Sugestões de analgesia e anestesia

    5.4 Procedimento com Hipnossedação

    Durante o procedimento, a hipnose pode ser utilizada como técnica única ou como

    adjuvante à sedação farmacológica leve, mantendo o estado hipnótico através de

    reforço contínuo das sugestões.5.5 Recuperação Acelerada

    Sugestões pós-hipnóticas para o período de recuperação incluem redução de náusea,

    controle da dor, aceleração da cicatrização e retorno mais rápido às atividades

    normais.

    6. BENEFÍCIOS CLÍNICOS QUANTIFICADOS

    Com base nas meta-análises e ensaios clínicos revisados:

    Ansiedade pré-operatória: Redução de 40-45%

    Dor pós-operatória: Redução de 30-37%

    Uso de anestésicos: Redução de 30-46%

    Náuseas e vômitos: Redução de 25-30%

    Tempo de recuperação: Redução de 20-26%

    Custos hospitalares: Redução média de $772 por procedimento

    7. SEGURANÇA E CONTRAINDICAÇÕES

    7.1 Perfil de Segurança

    Múltiplas meta-análises confirmam que a hipnose clínica possui excelente perfil de

    segurança, com ausência de eventos adversos graves relatados em milhares de

    pacientes estudados. Quando conduzida por profissionais adequadamente treinados,

    a hipnose não apresenta riscos significativos.

    7.2 Contraindicações Relativas

    Psicose ativa ou histórico de transtornos psicóticos graves

    Transtornos dissociativos não tratados

    Resistência ou medo significativo da hipnose

    Incapacidade de compreender instruções verbais8. FORMAÇÃO E COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS

    8.1 Treinamento Necessário

    Instituições renomadas como Stanford, Harvard e Mayo Clinic oferecem programas de

    treinamento em hipnose clínica. A formação adequada tipicamente inclui:

    Fundamentos teóricos e neurocientíficos da hipnose

    Técnicas de indução e aprofundamento

    Aplicações clínicas específicas por especialidade

    Considerações éticas e legais

    Supervisão clínica prática

    8.2 Certificações Internacionais

    Organizações como a American Society of Clinical Hypnosis (ASCH), Society for Clinical

    and Experimental Hypnosis (SCEH) e European Society of Hypnosis (ESH) oferecem

    programas de certificação reconhecidos internacionalmente.

    9. CONCLUSÕES

    A hipoestesia por hipnose clínica em Odontologia e Medicina representa uma

    intervenção baseada em evidências robustas, segura e custo-efetiva para o manejo

    perioperatório. Estudos conduzidos em instituições de pesquisa de renome

    internacional, incluindo Stanford University, Harvard Medical School, e centros

    europeus, demonstram consistentemente benefícios significativos em múltiplos

    desfechos clínicos.

    As evidências neurocientíficas elucidaram os mecanismos cerebrais subjacentes aos

    efeitos terapêuticos da hipnose, transformando uma prática empírica em uma

    intervenção cientificamente fundamentada. Meta-análises recentes com milhares de

    pacientes confirmam a eficácia da hipnose na redução de dor, ansiedade e consumo

    de medicamentos, bem como na aceleração da recuperação.A implementação de protocolos padronizados, aliada à formação adequada de

    profissionais, pode facilitar a integração da hipnose na prática odontológica e médica,

    oferecendo aos pacientes uma alternativa ou complemento valioso às abordagens

    farmacológicas convencionais.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    procedures: a historical review. Annals of Palliative Medicine. 2019;8(5):582-594.

    Documento preparado por:

    Dr. Renato Mas Gitirana

    Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880

    E-mail: drgitirana@gmail.com

    Website: hipnosedrrenatogitirana.com.br

    Data: Outubro de 2025

    Declaração: Não há conflitos de interesse a declarar.

  • Hipoestesia por Hipnose Clínica: Aplicações Cirúrgicas

    Evidências Científicas Atualizadas e Marco Regulatório Brasileiro

    Aplicações Cirúrgicas

    Evidências Científicas Atualizadas e Marco Regulatório Brasileiro

    Autor: Dr. Renato Mas Gitirana

    Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880

    RESUMO

    A hipnose clínica tem se consolidado como uma intervenção não-farmacológica eficaz

    no manejo perioperatório, com reconhecimento oficial pelo Conselho Federal de

    Medicina desde 1999. Este documento apresenta uma revisão abrangente das

    evidências científicas atuais sobre hipoestesia induzida por hipnose em

    procedimentos cirúrgicos, incluindo meta-análises recentes, ensaios clínicos

    controlados e o marco regulatório brasileiro. Os resultados demonstram reduções

    significativas em dor pós-operatória (35%), ansiedade pré-operatória (45%), consumo

    de anestésicos (30%), náuseas e vômitos (25%), e tempo de recuperação (20%). O

    documento também apresenta os mecanismos neurofisiológicos subjacentes,

    protocolos padronizados de aplicação e perspectivas futuras para a integração da

    hipnose na prática cirúrgica brasileira.

    Palavras-chave: Hipnose clínica, hipoestesia, analgesia, procedimentos cirúrgicos,

    marco regulatório, evidências científicas.1. INTRODUÇÃO

    1.1 Contexto Histórico e Regulatório

    A hipnose, uma das mais antigas técnicas de modulação da consciência e da

    percepção, tem sido utilizada em contextos médicos desde o século XVIII. No Brasil, o

    reconhecimento oficial da hipnose como prática médica válida ocorreu através do

    Parecer 42/1999 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabeleceu o marco

    regulatório para sua aplicação clínica. Este parecer não apenas legitimou a prática,

    mas também estabeleceu diretrizes éticas e técnicas para sua utilização no contexto

    médico brasileiro.

    Posteriormente, outros conselhos profissionais da área da saúde seguiram o exemplo

    do CFM, regulamentando a prática da hipnose em suas respectivas áreas de atuação.

    O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou a Resolução 013/2000, o Conselho

    Federal de Odontologia (CFO) a Resolução 82/2008, o Conselho Federal de Fisioterapia

    e Terapia Ocupacional (COFFITO) a Resolução 380/2010, e o Conselho Federal de

    Enfermagem (COFEN) a Resolução 581/2018. Este amplo reconhecimento

    multiprofissional reflete a crescente aceitação da hipnose como ferramenta

    terapêutica baseada em evidências.

    1.2 Definição e Conceitos Fundamentais

    A hipoestesia induzida por hipnose refere-se à redução controlada da sensibilidade

    tátil e dolorosa através de técnicas hipnóticas. Diferentemente da anestesia

    farmacológica tradicional, que bloqueia a transmissão de sinais nociceptivos através

    de mecanismos químicos, a hipnose modula a percepção e o processamento da dor

    através de mecanismos neuropsicológicos complexos.

    A hipnose clínica é caracterizada por um estado de consciência focada, atenção

    concentrada e sugestionabilidade aumentada, no qual o indivíduo é capaz de

    responder a sugestões específicas de forma mais eficaz do que em estado de vigília

    normal. Este estado não é sono, inconsciência ou perda de controle, mas sim um

    estado de hiperatenção direcionada que permite a modulação voluntária de processos

    normalmente automáticos.1.3 Justificativa e Relevância

    A crescente evidência científica sobre a eficácia da hipnose em contextos cirúrgicos,

    aliada à busca por alternativas não-farmacológicas para o manejo da dor e da

    ansiedade, justifica uma revisão abrangente do estado atual do conhecimento nesta

    área. Além disso, a redução de custos associada à diminuição do consumo de

    medicamentos anestésicos e analgésicos, bem como a redução do tempo de

    internação hospitalar, tornam a hipnose uma opção atrativa do ponto de vista

    econômico para o sistema de saúde.

    2. MECANISMOS NEUROFISIOLÓGICOS

    2.1 A Matriz da Dor

    Estudos de neuroimagem funcional, incluindo ressonância magnética funcional (fMRI)

    e tomografia por emissão de pósitrons (PET), têm revelado que a hipnose não

    simplesmente bloqueia os sinais de dor, mas altera fundamentalmente a forma como

    o cérebro processa a informação nociceptiva. A dor não é processada por uma única

    região cerebral, mas por uma rede distribuída de áreas conhecida como “matriz da

    dor”

    , que inclui:

    Córtex Somatossensorial Primário (S1) e Secundário (S2): Responsáveis pelo

    processamento da localização, intensidade e qualidade do estímulo doloroso.

    Córtex Cingulado Anterior (ACC): Processa o componente afetivo-emocional da

    dor, ou seja, o “sofrimento” associado à experiência dolorosa.

    Ínsula: Integra informações sensoriais, emocionais e cognitivas relacionadas à

    dor.

    Córtex Pré-frontal (PFC): Envolvido no controle cognitivo e na modulação top-

    down da dor.

    Tálamo: Estação de retransmissão para informações sensoriais, incluindo sinais

    nociceptivos.

    Amígdala: Processa o componente emocional e a resposta de medo associada à

    dor.2.2 Modulação Hipnótica da Matriz da Dor

    Pesquisas indicam que a hipnose pode impactar a dor ao afetar uma série de

    diferentes processos neurofisiológicos que compõem a matriz da dor, em vez de

    influenciar um único mecanismo ou processo (Dillworth et al., 2011). Especificamente:

    Controle Cognitivo Top-Down: A hipnose fortalece a conectividade funcional entre o

    córtex pré-frontal e o córtex cingulado anterior, permitindo uma regulação cognitiva

    mais eficaz da percepção da dor. Este mecanismo de controle “de cima para baixo”

    permite que processos cognitivos superiores modulem a experiência subjetiva da dor.

    Modulação Afetiva: Sugestões hipnóticas direcionadas para diminuir a

    desagradabilidade da dor demonstraram reduzir especificamente a atividade no

    córtex cingulado anterior, o centro emocional da dor, sem necessariamente alterar a

    atividade nos córtices somatossensoriais. Isto significa que a intensidade sensorial da

    dor pode permanecer inalterada, mas o sofrimento associado é significativamente

    reduzido.

    Modulação Sensorial: Sugestões focadas na intensidade da dor podem diminuir a

    atividade nos córtices somatossensoriais (S1/S2), alterando a percepção da

    magnitude do estímulo doloroso.

    2.3 Neurotransmissores e Sistemas Endógenos

    Além das alterações na atividade cerebral regional, a hipnose também parece ativar

    sistemas endógenos de modulação da dor, incluindo:

    Sistema Opioide Endógeno: A liberação de endorfinas e encefalinas pode

    contribuir para o efeito analgésico da hipnose.

    Sistema Serotoninérgico: A modulação dos níveis de serotonina pode

    influenciar tanto a percepção da dor quanto o estado de humor.

    Sistema Noradrenérgico: A ativação de vias noradrenérgicas descendentes

    pode inibir a transmissão de sinais nociceptivos na medula espinhal.3. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ATUALIZADAS

    3.1 Meta-Análises Recentes

    3.1.1 Holler et al. (2021)

    Esta meta-análise atualizada investigou a eficácia da hipnose em adultos submetidos

    a procedimentos cirúrgicos. O estudo incluiu 50 ensaios clínicos randomizados com

    um total de 4.269 pacientes, representando uma das maiores sínteses de evidências

    nesta área.

    Principais Resultados: – Sofrimento Mental: Tamanho do efeito g = 0,55 (IC 95%:

    0,39-0,70), NNT = 3,32 – Dor: Tamanho do efeito g = 0,37 (IC 95%: 0,25-0,50), NNT = 4,78

    – Consumo de Medicação: Tamanho do efeito g = 0,46 (IC 95%: 0,23-0,68), NNT = 3,95 –

    Recuperação: Tamanho do efeito g = 0,26 (IC 95%: 0,09-0,42), NNT = 6,91 – Tempo de

    Procedimento: Tamanho do efeito g = 0,23 (IC 95%: 0,14-0,33), NNT = 7,60

    O Número Necessário para Tratar (NNT) indica quantos pacientes precisam receber a

    intervenção para que um paciente adicional se beneficie em comparação com o

    controle. Valores de NNT abaixo de 5 são considerados clinicamente relevantes, o que

    foi observado para sofrimento mental, consumo de medicação e dor.

    3.1.2 Zeng et al. (2022)

    Esta meta-análise focou especificamente nos efeitos da anestesia baseada em hipnose

    sobre dor pós-operatória, ansiedade e recuperação. Incluiu 1.242 pacientes de

    múltiplos estudos.

    Principais Resultados: – Redução da Ansiedade: Mean Difference (MD) = -2,79 (IC

    95%: -3,85 a -1,73) – Redução da Dor: Mean Difference (MD) = -1,25 (IC 95%: -1,98 a

    -0,52)

    Ambos os resultados foram estatisticamente significativos (p < 0,001), demonstrando

    que a hipnose produz reduções clinicamente significativas tanto na ansiedade quanto

    na dor pós-operatória.3.1.3 Jones et al. (2024)

    A revisão sistemática e meta-análise mais recente sobre o uso adjuvante de hipnose

    para dor clínica incluiu 6.078 pacientes de múltiplos contextos clínicos.

    Principais Conclusões: – Efeito analgésico adicional significativo quando a hipnose é

    usada como adjuvante a outras intervenções – Benefícios mantidos em follow-up de

    médio prazo – Perfil de segurança excelente, sem eventos adversos graves relatados

    3.2 Ensaios Clínicos Controlados

    3.2.1 Montgomery et al. (2007) – Cirurgia de Câncer de Mama

    Este estudo randomizado controlado incluiu 200 pacientes submetidas a cirurgia de

    câncer de mama, divididas igualmente entre grupo hipnose (n=100) e grupo controle

    (n=100).

    Intervenção: Sessão de hipnose de 15 minutos antes do procedimento cirúrgico,

    focada em relaxamento, redução da dor e náusea, e recuperação acelerada.

    Resultados: – Redução no uso de Propofol: Diferença média de 50 mg – Redução no

    uso de Lidocaína: Diferença média de 12 mg – Menor dor pós-operatória: Diferença

    clinicamente significativa nas escalas de dor – Menos náusea e fadiga: Redução

    significativa em ambos os sintomas – Redução de custo: Economia média de $772 por

    paciente, principalmente devido à redução do tempo cirúrgico e menor consumo de

    medicamentos

    3.2.2 Lang et al. (2006) – Biópsia de Mama

    Estudo prospectivo randomizado com 236 mulheres submetidas a biópsia de mama

    com agulha grossa, divididas em três grupos: cuidado padrão (n=76), atenção

    estruturada (n=79) e relaxamento auto-hipnótico (n=82).

    Resultados: – Ansiedade: Diminuiu no grupo hipnose durante o procedimento,

    enquanto aumentou nos grupos controle e atenção estruturada – Dor: O aumento da

    dor foi significativamente menos acentuado no grupo hipnose – Satisfação do

    paciente: Maior no grupo hipnose3.2.3 Sola et al. (2023) – Cirurgia Pediátrica

    Ensaio clínico randomizado comparando hipnose com anestesia geral para cirurgias

    superficiais em crianças de 7 a 16 anos. Incluiu 60 crianças, divididas igualmente entre

    os dois grupos (n=30 cada).

    Resultados: – Tempo de internação: 50% menor no grupo hipnose (4 horas vs. 8

    horas) – Ansiedade pré-operatória: Significativamente menor tanto para as crianças

    quanto para os pais – Segurança: Nenhum evento adverso grave em ambos os grupos

    – Viabilidade: Demonstrou que a hipnose é uma alternativa segura e eficaz à anestesia

    geral para procedimentos compatíveis

    3.3 Estudos Brasileiros

    3.3.1 Montenegro et al. (2020)

    Relato de caso brasileiro demonstrando a aplicação de hipnose e analgesia na

    exodontia (extração dentária). O estudo documentou a eficácia clínica da técnica em

    contexto odontológico, com o paciente relatando ausência de dor durante e após o

    procedimento.

    4. PROTOCOLO HIPNÓTICO PADRONIZADO

    4.1 Avaliação da Suscetibilidade Hipnótica (15-20 minutos)

    A suscetibilidade hipnótica varia entre indivíduos e pode ser avaliada através de

    escalas padronizadas. Esta avaliação inicial permite identificar o nível de

    responsividade do paciente, adaptar as técnicas de indução e estabelecer expectativas

    realistas.

    4.2 Sessão Pré-operatória (10-20 minutos)

    Realizada 1 a 7 dias antes do procedimento, esta sessão ensina técnicas de auto-

    hipnose, estabelece âncoras hipnóticas e fornece sugestões pós-hipnóticas para

    redução da dor, náusea e aceleração da recuperação.4.3 Indução no Centro Cirúrgico

    Realizada imediatamente antes ou durante o início do procedimento, utilizando

    técnicas de indução rápida e sugestões de relaxamento, dissociação e analgesia.

    4.4 Procedimento com Hipnossedação

    Durante o procedimento, a hipnose pode ser utilizada como técnica única ou como

    adjuvante à sedação farmacológica leve, mantendo o estado hipnótico através de

    reforço contínuo das sugestões.

    4.5 Recuperação Acelerada

    Sugestões pós-hipnóticas para o período de recuperação incluem redução de náusea,

    controle da dor, aceleração da cicatrização e retorno mais rápido às atividades

    normais.

    5. BENEFÍCIOS CLÍNICOS QUANTIFICADOS

    Ansiedade pré-operatória: Redução de 45%

    Dor pós-operatória: Redução de 35%

    Uso de anestésicos: Redução de 30%

    Náuseas e vômitos: Redução de 25%

    Tempo de recuperação: Redução de 20%

    6. MARCO REGULATÓRIO BRASILEIRO

    CFM – Parecer 42/1999 (1999): Reconhecimento oficial da hipnose como prática

    médica válida

    CFP – Resolução 013/2000 (2000): Regulamentação do uso por psicólogos

    CFO – Resolução 82/2008 (2008): Autorização para uso odontológico

    COFFITO – Resolução 380/2010 (2010): Permissão para fisioterapeutas e

    terapeutas ocupacionaisCOFEN – Resolução 581/2018 (2018): Inclusão como prática integrativa em

    enfermagem

    7. CONCLUSÕES

    A hipoestesia por hipnose clínica representa uma intervenção baseada em evidências,

    segura e custo-efetiva para o manejo perioperatório. As evidências científicas

    demonstram consistentemente benefícios significativos em múltiplos desfechos

    clínicos. O reconhecimento oficial por múltiplos conselhos profissionais brasileiros

    estabelece um sólido marco regulatório. A implementação de protocolos

    padronizados, aliada à formação adequada de profissionais, pode facilitar a

    integração da hipnose na prática cirúrgica brasileira.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    1. Holler M, et al. Efficacy of Hypnosis in Adults Undergoing Surgical Procedures.

    Clin Psychol Rev. 2021;84:101971.

    2. Zeng J, et al. Effect of hypnosis-based anesthesia on postoperative pain, anxiety

    and recovery. Gland Surg. 2022;11(1):111-124.

    3. Jones HG, et al. Adjunctive use of hypnosis for clinical pain. Pain Rep.

    2024;9(5):e1154.

    4. Montgomery GH, et al. A randomized clinical trial of a brief hypnosis intervention.

    J Natl Cancer Inst. 2007;99(17):1304-12.

    5. Lang EV, et al. Adjunctive self-hypnotic relaxation for outpatient medical

    procedures. Pain. 2006;126(1-3):155-64.

    6. Sola C, et al. Hypnosis as an alternative to general anaesthesia for paediatric

    surgery. Br J Anaesth. 2023;130(3):314-321.

    7. Montenegro G, et al. Hipnose e analgesia na exodontia. Rev Fitos. 2020;14(3):384-

    392.

    8. Dillworth T , et al. Neurophysiology of pain and hypnosis for chronic pain. Transl

    Behav Med. 2011;2(1):65-72.9. CFM. Parecer 42/1999. Hipnose médica. Brasília: Conselho Federal de Medicina;

    1999.

    Documento preparado por:

    Dr. Renato Mas Gitirana

    Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880

    E-mail: drgitirana@gmail.com

    Website: hipnosedrrenatogitirana.com.br

    Data: Outubro de 2025

    Declaração: Não há conflitos de interesse.