Odontologia e Medicina
Evidências Científicas de Centros de Pesquisa
Internacionais
Autor: Dr. Renato Mas Gitirana
Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880
E-mail: drgitirana@gmail.com
Website: hipnosedrrenatogitirana.com.br
RESUMO
A hipnose clínica tem demonstrado eficácia significativa como intervenção não-
farmacológica no manejo da dor e ansiedade em procedimentos odontológicos e
médicos. Este documento apresenta uma revisão abrangente das evidências
científicas atuais provenientes de centros de pesquisa internacionais renomados,
incluindo Stanford University, Harvard Medical School, Mayo Clinic e instituições
europeias. Meta-análises recentes com milhares de pacientes confirmam reduções
significativas em dor pós-operatória, ansiedade pré-operatória, consumo de
anestésicos e tempo de recuperação. O documento detalha aplicações específicas em
Odontologia e Medicina, protocolos padronizados e mecanismos neurofisiológicos
validados por estudos de neuroimagem.
Palavras-chave: Hipnose clínica, hipoestesia, odontologia, medicina, analgesia,
procedimentos cirúrgicos, evidências científicas.1. INTRODUÇÃO
1.1 Contexto Científico Atual
A hipnose clínica, historicamente utilizada para modulação da consciência e
percepção desde o século XVIII, tem experimentado um renascimento científico nas
últimas duas décadas. Estudos de neuroimagem funcional realizados em instituições
como Stanford University School of Medicine têm elucidado os mecanismos cerebrais
subjacentes aos efeitos terapêuticos da hipnose, transformando uma prática empírica
em uma intervenção baseada em evidências sólidas.
A hipoestesia induzida por hipnose refere-se à redução controlada da sensibilidade
tátil e dolorosa através de técnicas hipnóticas. Diferentemente da anestesia
farmacológica tradicional, que bloqueia a transmissão de sinais nociceptivos através
de mecanismos químicos, a hipnose modula a percepção e o processamento da dor
através de mecanismos neuropsicológicos complexos que envolvem alterações na
conectividade funcional cerebral.
1.2 Relevância para Odontologia e Medicina
A ansiedade dental afeta aproximadamente 36% da população geral e 12% apresenta
fobia dental severa, segundo estudos epidemiológicos europeus. Esta condição não
apenas compromete a qualidade de vida dos pacientes, mas também resulta em
evitação de cuidados odontológicos necessários, perpetuando problemas de saúde
bucal. A hipnose oferece uma alternativa não-farmacológica particularmente valiosa
para estes pacientes, bem como para aqueles com alergias ou contraindicações a
anestésicos convencionais.
Na medicina cirúrgica, a busca por alternativas que reduzam o consumo de opioides e
outros analgésicos tem se tornado prioritária, especialmente considerando a crise de
dependência de opioides. A hipnose emerge como uma ferramenta adjuvante
promissora que pode reduzir significativamente o consumo de medicamentos
anestésicos e analgésicos, mantendo ou melhorando os desfechos clínicos.
2. MECANISMOS NEUROFISIOLÓGICOS: EVIDÊNCIAS DESTANFORD
2.1 Estudo Landmark de Stanford University (2016)
Em um estudo publicado na revista Cerebral Cortex, pesquisadores da Stanford
University School of Medicine, liderados pelo Dr. David Spiegel, realizaram o primeiro
mapeamento detalhado das alterações cerebrais durante estados hipnóticos.
Utilizando ressonância magnética funcional (fMRI), os cientistas escanearam os
cérebros de 57 indivíduos durante sessões de hipnose guiada similares às utilizadas
clinicamente para tratar ansiedade, dor e trauma.
2.2 Três Áreas Cerebrais Chave Alteradas pela Hipnose
O estudo identificou mudanças específicas em três regiões cerebrais durante o estado
hipnótico:
Córtex Cingulado Anterior (ACC): Esta região, responsável pelo processamento do
componente afetivo-emocional da dor (o “sofrimento” associado à experiência
dolorosa), demonstrou atividade reduzida durante hipnose. Esta descoberta explica
por que pacientes hipnotizados frequentemente relatam que, embora possam
perceber a sensação, ela não é desagradável ou angustiante.
Conectividade entre Córtex Pré-frontal Dorsolateral (DLPFC) e Ínsula: A hipnose
fortaleceu a conectividade funcional entre estas regiões, permitindo maior controle
cognitivo sobre processos corporais normalmente automáticos. O DLPFC está
envolvido no controle executivo e na regulação cognitiva, enquanto a ínsula integra
informações sensoriais, emocionais e cognitivas relacionadas à dor.
Redução da Conectividade entre DLPFC e Rede de Modo Padrão (Default Mode
Network): Esta alteração está associada à característica dissociativa da hipnose, onde
os indivíduos experimentam uma redução na autoconsciência e preocupações sobre
suas ações, permitindo maior foco e absorção na experiência hipnótica.
2.3 Implicações Clínicas das Descobertas de Stanford
Conforme declarou o Dr. Spiegel: “Agora que sabemos quais regiões cerebrais estão
envolvidas, podemos usar esse conhecimento para alterar a capacidade de alguém ser
hipnotizado ou a eficácia da hipnose para problemas como controle da dor”
. Estacompreensão dos mecanismos neurais permite o desenvolvimento de protocolos mais
direcionados e eficazes, bem como a identificação de pacientes que provavelmente
responderão melhor à intervenção hipnótica.
2.4 Sistemas Neurotransmissores Envolvidos
Além das alterações na atividade cerebral regional, estudos neuroquímicos sugerem
que a hipnose ativa sistemas endógenos de modulação da dor:
Sistema Opioide Endógeno: A liberação de endorfinas e encefalinas contribui para o
efeito analgésico da hipnose. Estudos com antagonistas opioides demonstraram que
parte do efeito analgésico da hipnose é mediado por este sistema.
Sistema Serotoninérgico: A modulação dos níveis de serotonina influencia tanto a
percepção da dor quanto o estado de humor, contribuindo para os efeitos ansiolíticos
da hipnose.
Sistema Noradrenérgico: A ativação de vias noradrenérgicas descendentes pode
inibir a transmissão de sinais nociceptivos na medula espinhal, complementando os
efeitos corticais da hipnose.
3. HIPNOSE EM ODONTOLOGIA: EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS
3.1 Meta-análise sobre Dor Dental Aguda (Merz et al., 2022)
Uma revisão sistemática e meta-análise publicada no Journal of Dentistry em 2022,
conduzida por pesquisadores da Universidade de Berna (Suíça) e da Universidade de
Oslo (Noruega), analisou 27 estudos sobre os efeitos da hipnose no alívio da dor
dental e maxilofacial aguda. Esta meta-análise seguiu rigorosamente as diretrizes
PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses),
garantindo qualidade metodológica.
Principais Resultados:
A meta-análise confirmou que a hipnose reduz significativamente a dor
intraoperatória e pós-operatória em diversos procedimentos odontológicos, incluindoextrações dentárias. Adicionalmente, observou-se redução no consumo de
analgésicos no período pós-operatório. Os estudos demonstraram que indivíduos com
alta suscetibilidade hipnótica respondem particularmente bem à intervenção,
sugerindo a importância da avaliação prévia da capacidade hipnótica dos pacientes.
Significância Clínica:
Os autores concluíram que “a hipnose oferece uma alternativa possível aos
medicamentos convencionais para dor aguda dental e maxilofacial, especialmente em
casos de alergias ou contraindicações; pode ser facilmente aplicada por um
profissional treinado”
. Esta conclusão é particularmente relevante para pacientes com
histórico de reações alérgicas a anestésicos locais ou para aqueles que preferem
abordagens não-farmacológicas.
3.2 Meta-análise sobre Ansiedade Dental (Wolf et al., 2022)
Publicada na revista Brain Sciences, esta meta-análise avaliou especificamente a
eficácia da hipnose na redução da ansiedade e fobia dental. Incluindo 19 ensaios
clínicos, o estudo demonstrou efeitos significativos da hipnose na redução da
ansiedade dental durante tratamentos.
Resultados Quantitativos:
Os estudos incluídos mostraram que a hipnose foi significativamente mais eficaz que
controles na redução da frequência cardíaca durante tratamentos dentais, um
indicador objetivo de ansiedade. Pacientes submetidos a hipnose também relataram
menores níveis de ansiedade subjetiva em escalas validadas.
3.3 Estudo Controlado sobre Extração Dentária (Glaesmer et al., 2015)
Este ensaio clínico controlado, publicado no Patient Education and Counseling,
avaliou o efeito da hipnose adjuvante na ansiedade durante extração dentária. O
estudo incluiu pacientes com ansiedade dental moderada a severa, randomizados
para receber cuidado padrão ou cuidado padrão mais hipnose.
Resultados:
O grupo hipnose demonstrou redução significativa na ansiedade durante o
procedimento em comparação com o grupo controle. Importante, os pacientesavaliaram positivamente a experiência com hipnose, indicando alta aceitabilidade da
intervenção.
3.4 Hipnose em Procedimentos Odontopediátricos
Estudos específicos em crianças demonstraram que a hipnose é particularmente
eficaz nesta população. Crianças frequentemente possuem maior capacidade
imaginativa e sugestionabilidade, características que favorecem a resposta hipnótica.
Meta-análises recentes confirmaram reduções significativas em ansiedade e dor em
crianças submetidas a procedimentos odontológicos com hipnose adjuvante.
3.5 Aplicações Específicas em Odontologia
Extrações Dentárias: Múltiplos estudos confirmam eficácia na redução de dor intra e
pós-operatória, bem como ansiedade pré-operatória.
Tratamento Endodôntico: Hipnose pode facilitar procedimentos longos e
potencialmente desconfortáveis, melhorando a cooperação do paciente.
Procedimentos Periodontais: Redução de desconforto durante raspagem e
alisamento radicular, bem como cirurgias periodontais.
Implantodontia: Controle de ansiedade e dor durante colocação de implantes,
procedimento que pode ser particularmente estressante para pacientes ansiosos.
Ortodontia: Manejo de desconforto associado a ajustes de aparelhos e procedimentos
ortodônticos.
4. HIPNOSE EM MEDICINA CIRÚRGICA: EVIDÊNCIAS
INTERNACIONAIS
4.1 Meta-análise Abrangente (Holler et al., 2021)
Esta meta-análise atualizada, publicada na Clinical Psychology Review, investigou a
eficácia da hipnose em adultos submetidos a procedimentos cirúrgicos. O estudo
incluiu 50 ensaios clínicos randomizados com um total de 4.269 pacientes,
representando uma das maiores sínteses de evidências nesta área.Principais Resultados:
Sofrimento Mental: Tamanho do efeito g = 0,55 (IC 95%: 0,39-0,70), NNT = 3,32
Dor: Tamanho do efeito g = 0,37 (IC 95%: 0,25-0,50), NNT = 4,78
Consumo de Medicação: Tamanho do efeito g = 0,46 (IC 95%: 0,23-0,68), NNT =
3,95
Recuperação: Tamanho do efeito g = 0,26 (IC 95%: 0,09-0,42), NNT = 6,91
O Número Necessário para Tratar (NNT) indica quantos pacientes precisam receber a
intervenção para que um paciente adicional se beneficie em comparação com o
controle. Valores de NNT abaixo de 5 são considerados clinicamente relevantes, o que
foi observado para sofrimento mental, consumo de medicação e dor.
4.2 Cirurgia de Câncer de Mama (Montgomery et al., 2007)
Este estudo randomizado controlado, publicado no Journal of the National Cancer
Institute, incluiu 200 pacientes submetidas a cirurgia de câncer de mama. O estudo foi
conduzido na Mount Sinai School of Medicine (Nova York) e representa um dos ensaios
clínicos mais rigorosos sobre hipnose cirúrgica.
Intervenção: Sessão de hipnose de 15 minutos antes do procedimento cirúrgico,
focada em relaxamento, redução da dor e náusea, e recuperação acelerada.
Resultados:
Redução no uso de Propofol: Diferença média de 50 mg
Redução no uso de Lidocaína: Diferença média de 12 mg
Menor dor pós-operatória: Diferença clinicamente significativa
Menos náusea e fadiga: Redução significativa
Redução de custo: Economia média de $772 por paciente
4.3 Biópsia de Mama (Lang et al., 2006)
Estudo prospectivo randomizado com 236 mulheres submetidas a biópsia de mama
com agulha grossa, conduzido no Beth Israel Deaconess Medical Center (Harvard
Medical School). As pacientes foram divididas em três grupos: cuidado padrão,
atenção estruturada e relaxamento auto-hipnótico.Resultados:
Ansiedade diminuiu no grupo hipnose durante o procedimento, enquanto
aumentou nos grupos controle
O aumento da dor foi significativamente menos acentuado no grupo hipnose
Maior satisfação do paciente no grupo hipnose
4.4 Cirurgia Pediátrica (Sola et al., 2023)
Ensaio clínico randomizado publicado no British Journal of Anaesthesia, comparando
hipnose com anestesia geral para cirurgias superficiais em crianças de 7 a 16 anos.
Incluiu 60 crianças em um hospital universitário francês.
Resultados:
Tempo de internação 50% menor no grupo hipnose (4 horas vs. 8 horas)
Ansiedade pré-operatória significativamente menor
Nenhum evento adverso grave em ambos os grupos
Demonstrou que a hipnose é uma alternativa segura e eficaz à anestesia geral
4.5 Meta-análise sobre Anestesia Baseada em Hipnose (Zeng et al.,
2022)
Publicada na Gland Surgery, esta meta-análise focou especificamente nos efeitos da
anestesia baseada em hipnose sobre dor pós-operatória, ansiedade e recuperação.
Incluiu 1.242 pacientes de múltiplos estudos.
Principais Resultados:
Redução da Ansiedade: Mean Difference (MD) = -2,79 (IC 95%: -3,85 a -1,73)
Redução da Dor: Mean Difference (MD) = -1,25 (IC 95%: -1,98 a -0,52)
Ambos os resultados estatisticamente significativos (p < 0,001)
4.6 Revisão Sistemática Recente (Jones et al., 2024)
A revisão sistemática e meta-análise mais recente sobre o uso adjuvante de hipnose
para dor clínica, publicada na Pain Reports, incluiu 6.078 pacientes de múltiploscontextos clínicos.
Principais Conclusões:
Efeito analgésico adicional significativo quando a hipnose é usada como
adjuvante
Benefícios mantidos em follow-up de médio prazo
Perfil de segurança excelente, sem eventos adversos graves relatados
4.7 Aplicações Médicas Específicas
Radiologia Intervencionista: Estudos demonstram redução de ansiedade e dor
durante procedimentos de biópsia e intervenções guiadas por imagem.
Gastroenterologia: Eficácia comprovada em colonoscopia e endoscopia, reduzindo
necessidade de sedação.
Obstetrícia: Redução de dor durante o trabalho de parto e parto, com estudos
mostrando menor necessidade de analgesia epidural.
Queimaduras: Controle de dor durante troca de curativos, um dos procedimentos
mais dolorosos em medicina.
Oncologia: Manejo de dor oncológica crônica e aguda relacionada a procedimentos.
5. PROTOCOLO HIPNÓTICO PADRONIZADO
5.1 Avaliação da Suscetibilidade Hipnótica (15-20 minutos)
A suscetibilidade hipnótica varia entre indivíduos e pode ser avaliada através de
escalas padronizadas como a Stanford Hypnotic Susceptibility Scale (SHSS) ou a
Harvard Group Scale of Hypnotic Susceptibility (HGSHS). Esta avaliação inicial permite
identificar o nível de responsividade do paciente, adaptar as técnicas de indução e
estabelecer expectativas realistas.5.2 Sessão Pré-operatória (10-20 minutos)
Realizada 1 a 7 dias antes do procedimento, esta sessão ensina técnicas de auto-
hipnose, estabelece âncoras hipnóticas (gatilhos sensoriais que facilitam a reindução)
e fornece sugestões pós-hipnóticas para redução da dor, náusea e aceleração da
recuperação.
Componentes:
Explicação do procedimento hipnótico e desmistificação
Estabelecimento de rapport terapêutico
Indução hipnótica e aprofundamento
Sugestões específicas para o procedimento planejado
Ensino de auto-hipnose para uso domiciliar
Estabelecimento de âncoras para reindução rápida
5.3 Indução no Ambiente Clínico
Realizada imediatamente antes ou durante o início do procedimento, utilizando
técnicas de indução rápida e sugestões de relaxamento, dissociação e analgesia.
Técnicas Comuns:
Fixação ocular e relaxamento progressivo
Imaginação guiada (lugar seguro, anestesia em luva)
Sugestões de dissociação (separação mente-corpo)
Sugestões de analgesia e anestesia
5.4 Procedimento com Hipnossedação
Durante o procedimento, a hipnose pode ser utilizada como técnica única ou como
adjuvante à sedação farmacológica leve, mantendo o estado hipnótico através de
reforço contínuo das sugestões.5.5 Recuperação Acelerada
Sugestões pós-hipnóticas para o período de recuperação incluem redução de náusea,
controle da dor, aceleração da cicatrização e retorno mais rápido às atividades
normais.
6. BENEFÍCIOS CLÍNICOS QUANTIFICADOS
Com base nas meta-análises e ensaios clínicos revisados:
Ansiedade pré-operatória: Redução de 40-45%
Dor pós-operatória: Redução de 30-37%
Uso de anestésicos: Redução de 30-46%
Náuseas e vômitos: Redução de 25-30%
Tempo de recuperação: Redução de 20-26%
Custos hospitalares: Redução média de $772 por procedimento
7. SEGURANÇA E CONTRAINDICAÇÕES
7.1 Perfil de Segurança
Múltiplas meta-análises confirmam que a hipnose clínica possui excelente perfil de
segurança, com ausência de eventos adversos graves relatados em milhares de
pacientes estudados. Quando conduzida por profissionais adequadamente treinados,
a hipnose não apresenta riscos significativos.
7.2 Contraindicações Relativas
Psicose ativa ou histórico de transtornos psicóticos graves
Transtornos dissociativos não tratados
Resistência ou medo significativo da hipnose
Incapacidade de compreender instruções verbais8. FORMAÇÃO E COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
8.1 Treinamento Necessário
Instituições renomadas como Stanford, Harvard e Mayo Clinic oferecem programas de
treinamento em hipnose clínica. A formação adequada tipicamente inclui:
Fundamentos teóricos e neurocientíficos da hipnose
Técnicas de indução e aprofundamento
Aplicações clínicas específicas por especialidade
Considerações éticas e legais
Supervisão clínica prática
8.2 Certificações Internacionais
Organizações como a American Society of Clinical Hypnosis (ASCH), Society for Clinical
and Experimental Hypnosis (SCEH) e European Society of Hypnosis (ESH) oferecem
programas de certificação reconhecidos internacionalmente.
9. CONCLUSÕES
A hipoestesia por hipnose clínica em Odontologia e Medicina representa uma
intervenção baseada em evidências robustas, segura e custo-efetiva para o manejo
perioperatório. Estudos conduzidos em instituições de pesquisa de renome
internacional, incluindo Stanford University, Harvard Medical School, e centros
europeus, demonstram consistentemente benefícios significativos em múltiplos
desfechos clínicos.
As evidências neurocientíficas elucidaram os mecanismos cerebrais subjacentes aos
efeitos terapêuticos da hipnose, transformando uma prática empírica em uma
intervenção cientificamente fundamentada. Meta-análises recentes com milhares de
pacientes confirmam a eficácia da hipnose na redução de dor, ansiedade e consumo
de medicamentos, bem como na aceleração da recuperação.A implementação de protocolos padronizados, aliada à formação adequada de
profissionais, pode facilitar a integração da hipnose na prática odontológica e médica,
oferecendo aos pacientes uma alternativa ou complemento valioso às abordagens
farmacológicas convencionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Spiegel D, et al. Cerebral Cortex. 2016. Study identifies brain areas altered during
hypnotic trances. Stanford University School of Medicine.
2. Merz AE, Campus G, Abrahamsen R, Wolf TG. Hypnosis on acute dental and
maxillofacial pain relief: A systematic review and meta-analysis. Journal of
Dentistry. 2022;123:104184.
3. Wolf TG, Schläppi S, Benz CI, Campus G. Efficacy of hypnosis on dental anxiety
and phobia: A systematic review and meta-analysis. Brain Sciences.
2022;12(5):521.
4. Glaesmer H, Geupel H, Haak R. A controlled trial on the effect of hypnosis on
dental anxiety in tooth removal patients. Patient Education and Counseling.
2015;98(9):1112-1115.
5. Holler M, et al. Efficacy of Hypnosis in Adults Undergoing Surgical Procedures: An
Updated Meta-Analysis. Clinical Psychology Review. 2021;84:101971.
6. Montgomery GH, et al. A randomized clinical trial of a brief hypnosis intervention
to control side effects in breast surgery patients. Journal of the National Cancer
Institute. 2007;99(17):1304-1312.
7. Lang EV, et al. Adjunctive self-hypnotic relaxation for outpatient medical
procedures: a prospective randomized trial with women undergoing large core
breast biopsy. Pain. 2006;126(1-3):155-164.
8. Sola C, et al. Hypnosis as an alternative to general anaesthesia for paediatric
superficial surgery: a randomised controlled trial. British Journal of Anaesthesia.
2023;130(3):314-321.
9. Zeng J, et al. Effect of hypnosis-based anesthesia on postoperative pain, anxiety
and recovery. Gland Surgery. 2022;11(1):111-124.10. Jones HG, et al. Adjunctive use of hypnosis for clinical pain: systematic review
and meta-analysis. Pain Reports. 2024;9(5):e1154.
11. Jensen MP , Patterson DR. Hypnotic approaches for chronic pain management:
clinical implications of recent research findings. American Psychologist.
2014;69(2):167-177.
12. Stewart JH. Hypnosis in Contemporary Medicine. Mayo Clinic Proceedings.
2005;80(4):511-524.
13. Moss D. Hypnosis, anesthesia, pain management, and preparation for medical
procedures: a historical review. Annals of Palliative Medicine. 2019;8(5):582-594.
Documento preparado por:
Dr. Renato Mas Gitirana
Cirurgião-Dentista – CRO-RJ 25880
E-mail: drgitirana@gmail.com
Website: hipnosedrrenatogitirana.com.br
Data: Outubro de 2025
Declaração: Não há conflitos de interesse a declarar.